Uma audiência pública realizada na Câmara Municipal de Viçosa na última segunda-feira (28) discutiu o programa Future-se. Com a presença da deputada federal Margarida Salomão (PT) e da deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT), a audiência tratou do programa e seus possíveis impactos para a comunidade viçosense e para a Universidade Federal de Viçosa (UFV).
Além das deputadas, compuseram a mesa o diretor estadual do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE/Viçosa), Paulo Gustavo Grossi; o tesoureiro-geral da Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal de Viçosa (Aspuv), Edilton de Souza Barcellos, representando a Aspuv; o presidente da Associação dos Servidores Administrativos da UFV (Asav), Reinaldo Barbosa; o pró-reitor de Planejamento e Orçamento da UFV, Evandro Rodrigues de Faria; além de Bruna Matos, representando o coletivo Quem Luta, Educa; e de Diego Carlos, representando o Congresso Estudantil.
Lançado em julho, o Future-se é uma proposta do Ministério da Educação que tem como objetivo impulsionar a captação de recursos privados para as instituições federais de ensino. Após ter sido algo de diversas críticas, o projeto passou por mudanças e foi reapresentado pelo MEC no último dia 16. A expectativa é que a pasta abra a consulta pública sobre o Future-se na próxima semana.
Segundo a deputada Margarida Salomão, “nós estamos no limiar de uma grande luta que está para ser travada. Depois da Reforma da Previdência, o próximo ataque será a Reforma do Serviço Público, no que diz respeito aos trabalhadores e trabalhadoras públicos. O Future-se é totalmente desnecessário”. A deputada também destacou o alto índice de rejeição do programa. “Ele é um falso problema e acho mais, que é uma proposta derrotada. Mais de 70% das universidades brasileiras já rechaçaram nos seus conselhos superiores. Apesar de ser uma proposta derrotada, ela sobrevive como uma assombração para servir de mecanismo a favor dessa reforma no serviço público”, finaliza.
A deputada Beatriz Cerqueira salientou a importância da posição das instituições de ensino contra o programa. “Quanto mais universidades se posicionarem sobre o 'Future-se', mais favoráveis estaremos nessa luta, pois precisamos nos defender desses ataques aos nossos direitos, que cada vez estão mais ágeis”, disse.
Também estiveram presentes representantes de entidades como a União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Estadual dos Estudantes de Minas Gerais (UEE-MG), o Levante Popular da Juventude, a Frente Brasil Popular, a Central Única dos Trabalhadores (CUT-MG), o Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
Ouça o áudio da reportagem feita a partir da entrevista que a Deputada Federal Margarida Salomão concedeu com exclusividade à Rádio Montanhesa: