A Prefeitura de Viçosa definiu novo prazo para os decretos relacionados ao combate da Covid-19 no município. O Decreto nº 5.442/2020 prorrogou a vigência dos decretos 5.433, 5.435 e 5.439 até o dia 12 de abril. Os demais dispositivos dos decretos municipais relacionados ao enfrentamento do coronavírus, incluindo o de estado de emergência, terão validade de 60 dias.
Em pronunciamento transmitido na tarde desta terça-feira (31) pelas redes sociais, o prefeito Ângelo Chequer reiterou a necessidade de continuidade dessas medidas. Ele citou dados de estudo apresentado pelo infectologista Dr. Alex de Faria, membro do comitê técnico de assessoramento da Secretaria de Saúde, para reforçar o argumento de que a ausência de medidas de controle e isolamento social pode levar a contaminação de até 64 mil pessoas na cidade.
Também participaram da transmissão, o vice-presidente da Comissão de Enfrentamento à Covid-19, Luciano Piovesan, o procurador-geral do município, Lucas Satlher e o secretário de Saúde, Marcus Schitini. O procurador do município afirmou que, nos últimos dias, diante do pedido de isolamento social e da implantação das barreiras, tem sido questionado sobre o direito de ir e vir das pessoas previsto na Constituição. "Da mesma forma está previsto direito à saúde e o direito à vida. Por isso, as medidas que estamos tomando buscam resguardar esse direitos", conclui o procurador.
Ampliação do SUS
O secretário de Saúde, Marcus Schitini, disse que está trabalhando para ampliar o número de leitos no SUS. "Temos problemas relacionados ao fornecimento de EPI's (Equipamento de Proteção Individual). Alguns desses itens estão sendo retidos pelo governo do estado", afirma o secretário. Segundo ele, em razão desses entraves, o município precisa buscar alternativas para se preparar para os casos que surgirem. Ele disse ainda que "testes enviados ao laboratório do estado estão há 13 dias aguardando resultado". Além disso, os municípios da região precisam adotar os mesmos protocolos que Viçosa adotou, pois assim todos teremos um baixo número de casos graves, impedindo o colapso do sistema de saúde.
Barreiras sanitárias
O vice-presidente da Comissão de Enfrentamento à Covid-19, Luciano Piovesan, disse que o funcionamento das barreiras sanitárias continua. Segundo ele, desde o dia 23, estão instaladas 24 barreiras, sendo 12 físicas e 12 presenciais. Dessas, 7 barreiras na zona rural e 5 nas rodovias. São 180 profissionais se revezando no trabalho de controle dos acessos à cidade. "Essas equipes estão lá pra trabalhar pra que você esteja protegido dentro de Viçosa". Luciano ainda fez um pedido: "Peço que todos que puderem, colaborem com os profissionais que estão nas barreiras, pois eles estão no front quando poderiam estar no conforto de suas casas". Ele ressaltou ainda que "muito além do decreto, o que vale é o bom senso, pois estamos falando de vidas e, em se tratando dessa doença, não sabemos se a vida que estamos protegendo é de um desconhecido ou de alguém querido", concluiu.
Em defesa da população de Viçosa
Durante o pronunciamento, o prefeito afirmou que vai continuar tomando as decisões sobre o enfrentamento ao coronavírus com bases técnicas e orientações de profissionais de saúde. Segundo ele, a abertura do comércio, quando ocorrer, será com responsabilidade. "Preciso do apoio de toda população para barrar a transmissão desses vírus. Que todos sigam as medidas de isolamento social, pois o prefeito de vocês não aceita pressão. Estou disposto a defender a vida do viçosense", afirmou ele. O prefeito reforçou ainda que está ciente dos prejuízos que o isolamento social pode provocar na economia local. "Sabemos que isso terá reflexo na economia. No entanto, eu prefiro no momento trabalhar para poupar vidas, pois a economia é possível recuperar, vidas não".