RÁDIO MONTANHESA COMPLETA 68 ANOS E PASSARÁ POR UMA DE SUAS MAIORES TRANSFORMAÇÕES
15 de julho de 2017

Neste domingo (16), a Rádio Montanhesa AM 1500 Viçosa completa 68 anos de vida participando ativamente da construção e do dia-a-dia da sociedade viçosense e também regional. O aniversário é da Montanhesa, mas que será brindado com um presente são seus ouvintes. Pois, dentro de poucos dias, a Montanhesa estará transmitindo em frequência FM deixando para traz os ruídos e interferências, que tanto atrapalham o som da emissora e entrará em um novo mundo sem chiados e ruídos e podendo ser ouvida no carro, em casa e até mesmo em aparelhos celulares.

Fundada no dia 16 de julho de 1949, a Sociedade Rádio Montanhesa Ltda. tinha inicialmente uma programação limitada aos ouvintes do centro de Viçosa, com apenas seis horas de duração. Atualmente, a Rádio Montanhesa abrange mais de vinte cidades vizinhas, numa programação que vai das 5h da manhã à meia-noite.

A Rádio Montanhesa manteve a hegemonia da mídia radiofônica durante quatro décadas, tendo em vista que as demais emissoras locais surgiram depois da década de 90.

Grandes personalidades de Viçosa e do país passaram pelo quadro de funcionários e colaboradores. Entre eles, estão: Paulo Lopes, um dos mais destacados radialistas do Brasil, que começou sua carreira na Montanhesa; Luiz Cláudio Costa, ex-reitor da Universidade Federal de Viçosa (UFV); Renato Simplício Lopes, um dos grandes locutores da rádio e ex-secretário da Agricultura do Estado de Minas Gerais; o jornalista Simão Cirineu Ladeira, ex-diretor e ex-chefe dos assessores da Secretaria da Administração; Nicolau Martino, que foi relações públicas da Eveready, em São Paulo;

José Luiz Leocádio da Silva, piloto comercial e instrutor de avaliação; José Gouveia, José Simão da Cunha, ex-diretor e ex-delegado da cidade, dentre outros.

Dentre os primeiros locutores, podemos destacar: o engenheiro eletricista José Pataro Machado (Bigão), Francisco Machado Filho, então professor da UFV (foi locutor comercial), o agrônomo José Rafael Camargo, Jamila Daker e Maria Rocha Gomes (ex-locutoras), Francisco Simonini (apresentador do primeiro programa com participação de ouvinte por telefone), Marcos Veloso, José Bernardes, Raposo, Chico Maltema, Lalau, Nicolau Martino, Renato Sant’Ana, José Nicolau Cardoso e tantos outros.

Vários programas inesquecíveis dominaram a preferência popular, alguns superando, em termos locais, até mesmo a audiência de alguns melhores do Rio de Janeiro. Entre os destaques estão: Hora Social, uma espécie de curtição da época, que fazia anúncios de aniversariantes, casamentos, nascimentos e outros eventos sociais e cobrava por isso; A Cidade é Nossa, programa de auditório; Sertão em Festa, uma verdadeira alegria para os amantes das músicas regionais brasileiras; Tangos em seu Dial, Al Neto, Poeiras de Estrelas, Show da Exposição e Audições de Fernando Ribeiro, e muitos outros.

Transformações

Assim como outras emissoras nacionais, a Montanhesa passou, ao longo de sua trajetória, por transformações comuns aos meios de comunicação e vivenciou os mais diferentes tipos de tecnologias, desde as fitas de rolo até os equipamentos de última geração. A modernização foi inevitável para sua sobrevivência. Nessa perspectiva, outra consequência foi a mudança na linha de programação.

Nos anos 70, a emissora seguiu a linha das rádios nacionais que escolheram um novo caminho frente ao advento da televisão. Os programas de auditório, as crônicas do dia, entre outros atrativos, deram lugar ao jornalismo e ao esporte.

A característica principal do jornalismo do início até os tempos atuais é o regionalismo, o cotidiano comunitário, analisando os fatos locais dentro do contexto regional e também nacional.

Em 1972 a Montanhesa se filiava à Associação Brasileira de Rádio e Televisão e passava a funcionar na ZYL215 na frequência de 1500 kHz. Findava, então, o programa Hora Social. Em 1979, na comemoração dos seus 30 anos, a emissora ganhou autorização para funcionar com transmissores mais potentes, de 1000 watts, saindo dos limites do município para outras regiões da Zona da Mata. A Rádio Montanhesa consolidava cada vez mais sua importância no cenário econômico, cultural, político e histórico de Viçosa.

Agora, a Montanhesa está prestes a passar por uma de suas maiores transformações: a migração da frequência AM para FM. A migração permitirá que o seu sinal chegue com mais qualidade e sem interferência na casa, no trabalho, no carro e até mesmo nos aparelhos celulares dos seus mais de 500 mil ouvintes de Viçosa e região.

Outra mudança com a migração da Rádio Montanhesa para FM é a sua frequência. De acordo com a direção da Montanhesa, os ouvintes, em breve, terão que sintonizar seus aparelhos de rádio através da frequência 106,5 FM.

Colaborou Kátia Fraga, autora do capítulo "Rádio Amiga da Cidade: seis décadas de namoro com Viçosa" do Livro O Rádio entre as montanhas histórias, teorias e afetos da radiofonia mineira.

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