VIÇOSA DEVE SE ADEQUAR À LEI FEDERAL E IMPLANTAR USINA ECO SUSTENTÁVEL
10 de setembro de 2014

'}}

Prazo excedeu no mês passado e foi prorrogado por mais um ano. Verba demorou a sair devido ao período eleitoral.

Os lixões estão com os dias contados no Brasil. Pelo menos na teoria. Em 2010, a lei federal 12.305 dava um prazo de quatro anos para que as cidades se adequassem em relação ao tratamento do lixo. Porém, em agosto de 2014, 60% das cidades brasileiras ainda não haviam cumprido o prazo e o governo federal prorrogou por mais um ano. Viçosa está entre as cidades que estão correndo contra o tempo para cumprir a norma. A lei obriga que o município reaproveite ao máximo o lixo, por meio de reciclagem, reuso, compostagem, coleta seletiva, entre outras maneiras. Viçosa deve se adequar a exigência federal. É o que garante o assessor especial do SAAE, Luiz Eugênio de Moura.

– É uma vergonha, uma cidade universitária com um lixão a céu aberto. Eu tinha conhecimento sobre um projeto de uma Usina Eco Sustentável que trataria 100% do lixo. Procurei os técnicos da Universidade [UFV] e elaboramos um projeto de uma usina que trataria 100% do lixo de Viçosa – revela.

Porém, a nova usina não irá tratar 100% do lixo. O diretor de Limpeza do SAAE de Viçosa, Geraldo Fausto, revela que mesmo após a implantação da usina, o aterro sanitário continuará funcionando. De acordo com Luiz Eugênio de Moura, o principal problema para que a construção da usina não ocorresse no prazo determinado foi o período de campanha eleitoral. A verba de R$ 4,5 mi, necessária para a implantação da usina, é oriunda de recursos do governo estadual.

O caso de Viçosa é atípico, porque já tinha um contrato assinado com o banco, mas por se tratar de um período eleitoral, o BDMG é um órgão estatal, nós temos que atender a exigência eleitoral que não autoriza essa liberação agora, mas o recurso está garantido para Viçosa – explica Luiz Eugênio.

Ainda de acordo com o assessor especial do SAAE, a usina deve gerar energia suficiente para suprir sua própria demanda.

– Lixo hoje é dinheiro. Nós não podemos enterrar dinheiro. Lixo, hoje, se transformou em luxo. Inclusive, dentro desse novo projeto, a usina vai gerar energia para a movimentação dela mesma, através de um biodigestor – destaca.

A usina deve ser implantada em um terreno do SAAE, próximo do atual aterro sanitário. Segundo Luiz Eugênio, Viçosa recicla apenas 5% das 75 toneladas diárias de lixo produzidas pela população.

Pedro Vital