Cidade, Região, Saúde & Bem Estar
Saúde pública de Viçosa e região foi discutida por deputados
13 de maio de 2016

A comissão de saúde pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais realizou na última sexta-feira 08, uma audiência pública em Viçosa para discutir a atual situação da saúde pública oferecida na cidade de Viçosa e dos mais de 10 municípios da região que buscam atendimento médico na cidade de Viçosa.

A reunião foi solicitada pelo deputado estadual Arlen Santiago (PTB), presidente da comissão de saúde pública da ALMG, segundo ele a saúde publica vai muito mal no brasil principalmente de 2002 pra cá, as pessoas estão morrendo por falta de atendimento. “Foi levado pra gente os problemas referentes ao CTI neonatal, que foi construído aqui na cidade de Viçosa e por falta de repasses do governo estadual para a compra do restante do material para funcionamento do CTI no Hospital São Sebastião”, disse o deputado.

Já em relação à superlotação nos dois hospitais da cidade o deputado atribuiu ao grande surto de dengue que ocorre na cidade, e segundo ele tanto o governo federal quanto o estadual não estão fazendo os repasses necessários para que os municípios possam combater e tratar os casos de dengue.

Endividamento dos hospitais da cidade

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Na audiência pública realizada em Viçosa, a crise financeira dos hospitais filantrópicos São Sebastião e São João Batista foi o ponto central da discussão.

Em Viçosa, o endividamento dos hospitais filantrópicos São Sebastião e São João Batista chega, somado, a mais de R$ 25 milhões. Representando o primeiro, José Maria Teixeira da Silva falou do aumento da demanda causado pelo surto de dengue, o que elevou bastante os gastos. “Se essa situação não mudar, não teremos muita esperança de continuar funcionando daqui pra frente”, adiantou. À frente da Fundação Assistencial Viçosense, Rodrigo Teixeira Bicalho disse sentir vergonha perante os funcionários do hospital São João Batista, que pleiteiam melhores salários. “Eles estão no direito deles e é muito triste para mim não ter condições de dar aumento a eles”, disse.

O secretário de Governo de Viçosa, Luciano Piovesan Leme, disse que os esforços municipais estão focados na atenção primária, com o objetivo de diminuir as demandas dos hospitais. “Estamos reorganizando e melhorando a estrutura porque acreditamos que quem procura a urgência poderia estar sendo atendido, muitas vezes, pelo Programa Saúde da Família (PSF), mesmo os pacientes de alta complexidade”, afirmou. Ele também pediu ajuda aos parlamentares para a construção de um novo centro do Programa Saúde da Família (PSF) no bairro Novo Silvestre, cujo convênio foi assinado no fim do ano passado, mas o repasse ainda não foi efetivado. “O município tem feito esforços e gastado além do que a lei exige, apesar da queda de 4%, ao final do ano, no orçamento municipal”, lembrou.

A presidente da organização não-governamental Menkes Brasil e coordenadora da Associação dos Familiares, Amigos e Portadores de Doenças Graves (AFAG), Maria Juliana de Oliveira Silva, criticou duramente o fato de UTIs em Viçosa não estarem funcionando por falta de verbas e credenciamento. “Sinto a dor das pessoas que eu represento e vejo morrer diariamente porque não recebem a atenção devida. Não entendo por que ainda não funciona, sendo que Viçosa atende tantas pessoas de todo o Estado”, questionou.

 Deputados responsabilizam Estado e União

O deputado Arlen focou na questão das UTIs regionais que não estão funcionando por não terem sido credenciadas pela União. “Estados e municípios executam 70% das ações dos órgãos públicos, mas recebem apenas 30% dos recursos. E temos em Viçosa UTIs fechadas porque há quase quatro anos nenhum serviço de UTI do Brasil é credenciado pelo governo federal”, criticou.

O deputado Roberto Andrade (PSB) chamou de “heróis” os administradores dos hospitais São Sebastião e São João Batista. “Eles correm atrás de recursos e fazem o papel do Estado. São pessoas corajosas. A verba que existe é pouca e mal aplicada, os equipamentos muitas vezes ficam parados. As condições que vivemos atualmente na saúde pública são complicadas”, concluiu.