“Close Certo” é a nova aposta do Ministério da Saúde para combater a Aids
30 de julho de 2016

O Ministério da Saúde lançou nesta sexta-feira, 29, o projeto Close Certo, que divulgará informações de prevenção à aids e outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) a usuários do aplicativo de encontro para homossexuais Hornet, que tem mais de 1 milhão de inscritos no Brasil. A ação, em parceria com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), será desenvolvida durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos.

closecerto"A proposta é levar informação confiável e acessível a todos aqueles que navegam no Hornet. Como a média de idade da população do aplicativo no Brasil é de 25 anos, estaremos atingindo o público jovem, gay e de homens que fazem sexo com homens - uma das populações-chave em nossas ações de prevenção", afirmou a diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Viras, Adele Benzaken.

Durante a realização da ação, 18 jovens voluntários já usuários do Hornet terão seus perfis sinalizados com a marca do projeto Close Certo e um laço azul, símbolo da iniciativa global Blue Ribbon Boys. Quando procurados, os colaboradores, com supervisão do Ministério da Saúde, vão tirar dúvidas e compartilhar informações sobre prevenção e tratamento de aids e outras DSTs. O grupo foi capacitado pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, em parceria com agências da Organização das Nações Unidas (ONU). Para divulgar o projeto, o aplicativo encaminhará quatro mensagens inbox a todos os usuários.

Aids em jovens

Segundo o Ministério da Saúde, nos últimos 10 anos, a epidemia de aids tem avançado no público jovem. No Brasil, em 2004, a taxa de detecção na faixa de 15 a 24 anos foi de 9,5 casos por 100 mil habitantes, com 3.419 casos notificados. Em 2014, foram 4.669 casos notificados, o que representa taxa de detecção de 13,4 casos por 100 mil habitantes. Houve um crescimento de 41% na taxa de detecção em 11 anos. Na população geral, a taxa de detecção em 2014 é de 19,7 casos a cada 100 mil habitantes.

Adele Benzaken atribuiu esse aumento a alguns fatores. “Os jovens não viram o início da epidemia. Temos 30 anos de epidemia, e esses jovens que hoje estão se infectando, na faixa de 15 a 24 anos, não viram o que as pessoas mais velhas presenciaram, que era a morte de amigos, de cantores, de personagens importantes daquela época. O tratamento e a evolução dessa terapia fizeram com que a aids não tivesse mais aquele aspecto que tinha no início. No começo, o resultado positivo [para a doença] era dizer que a pessoa iria morrer. Hoje dizemos que a aids é uma doença crônica e que será preciso tomar um comprimido pelo resto da vida. Isso faz com que as pessoas minimizem o temor da doença”, afirmou a diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais.

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