Em decorrência de uma festa universitária, considerada de grande porte que contou coma participação de mais de 10 mil pessoas, realizada na cidade durante o último fim de semana, casou muita discussão entre os vereadores da Câmara de Viçosa na reunião desta semana, principalmente em relação ao transporte oferecido para levar os participantes até o local do evento.
Segundo Marilange Santana Pinto Coelho Ferreira (PV), Presidente da Câmara Municipal, alguns taxistas estabeleceram um trajeto do centro da cidade até o local da festa, no bairro Silvestre, e estavam cobrando um preço fixo para percorrê-lo, ignorando a existência do taxímetro nos veículos.
Além disso, a vereadora citou diversos outros problemas relacionados a eventos de grande porte em Viçosa, como: o número insuficiente na frota do transporte coletivo (táxis e ônibus), carros clandestinos em atividade e o risco de acidente gerado pelo excesso de passageiros.
O taxista Ricardo Lima Pessoa escreveu uma carta para os vereadores e que foi lida durante a reunião. Na carta o taxista relatou que passou por “vexação durante abordagem da Polícia Militar [...] no último sábado”. De acordo com ele, a abordagem foi “truculenta e autoritária” e tanto ele como outros profissionais se sentiram intimidados na ocasião. Ricardo também falou sobre a falta de fiscalização das vans clandestinas e dos carros em situação irregular. Por fim, ele questionou a legalidade quanto à atividade da Viação União nos horários do evento, alegando concorrência desleal com a prestação de serviço dos taxistas.
O Vereador Idelmino Ronivon da Silva (Professor Idelmino) (PCdoB) informou que a atividade clandestina no transporte de passageiros do município foi discutida em reunião com a Associação dos Taxistas, Polícia Militar, Secretaria Municipal de Fazenda e Viação União no final do mês de julho. Idelmino afirmou que “a logística nessa última festa foi extremamente prejudicial para os taxistas”, visto que o usuário do serviço precisou andar certa distância até os veículos que não tiveram a possibilidade de chegar próximo à entrada e saída do espaço de shows.
O Vereador Sávio José (PT) ressaltou a recorrência do assunto na Casa Legislativa. “Seria mais fácil exibir meu pronunciamento sobre a festa do ano passado, é a mesma coisa”, declarou. Sávio afirmou que um ano atrás, durante reunião Ordinária, falou sobre o perigo da superlotação dos ônibus antes e depois da festa e também do problema causado ao usuário cotidiano de ônibus pela exclusividade da frota ao evento.
Já para o Vereador Geraldo Luis Andrade (Geraldão) (PTB), apesar dos aspectos negativos, esse tipo de evento é muito importante para Viçosa, pois “mostra o potencial desse setor na cidade”.
Ainda em discussão sobre as festividades e suas consequências, o Vereador Idelmino trouxe para a reunião o aniversário do município. Para Idelmino, o momento político, financeiro e a situação hídrica da cidade não são ideais para a realização de grandes eventos.
“Não sou contra a festa do município, mas temos que dosar a mão [...] poderíamos investir os gastos das festividades em ações prioritárias como muros em escolas, restauração de nascentes e educação”, declarou. Em contrapartida, o Vereador Geraldão, Líder do Governo na Casa Legislativa, defendeu a realização da festa: “temos que entender o acesso ao lazer, principalmente da população periférica”, finalizou.
Procurada pela reportagem da Montanhesa Viçosa a assessoria da Polícia Militar não foi encontrada para comentar o fato narrado pelo taxista Ricardo Lima Pessoa sobre a ação dos policiais.