Meio Ambiente, Região
Prefeitura de Ponte Nova afirma que cidade não seria atingida com rompimento de barragem
5 de outubro de 2016

Onze meses depois do rompimento da barragem de Fundão em Mariana (MG) que deixou diversos mortos, várias famílias sem suas casas e um enorme prejuízo ao meio ambiente, que levará anos para ser recuperado o IBAMA teme que a barragem de Cadonga da Usina  Risoleta Neves na bacia do Rio Doce próximo a cidade de Ponte Nova se rompa devido a chuva que está atingindo toda a região da Zona da Mata Mineira.

O IBAMA prevê que com as chuvas a barragem de Candonga irá receber mais de  2 milhões de metros cúbicos de rejeitos. O volume de lama atingirá o dobro disso e a estrutura da barragem  pode não aguentar a pressão de mais 4 milhões de metros cúbicos e desmoronar.

Caso se rompa, os danos ambientais serão irreversíveis. “Serão afetados o meio ambiente como um todo ainda mais, além de problemas socioambientais”, apontou Marcelo Belisário, superintendente do Ibama em Minas Gerais.

Os rejeitos estão distribuídos de maneira generalizada e atualmente estão sendo retirados com uma máquina. Ações estão sendo desenvolvidas para garantir que isso não ocorra. “Podemos citar a dragagem dos rejeitos, a construção de barramentos na calha do rio e o combate à erosão nas margens. Também tem a Operação Áugeas, que vem sendo desenvolvida da barragem do Fundão até a Usina Risoleta Neves.

Estamos realizando vistorias frequentes com analistas do Ibama de vários estados para verificar o andamento das ações propostas e que estão sendo levadas a cabo pela mineradora Samarco. Na última semana, no dia 23, foi encerrada a Fase Argos, quando 15 analistas estiveram em diversos locais. Os dados coletados estão sendo compilados e em breve soltaremos os resultados consolidados sobre a situação”, explicou Belisário.

O coordenador do Centro de Apoio Operacional de Defesa das Promotorias de Meio Ambiente (Coama), Carlos Eduardo Ferreira, confirmou que há riscos por laudos do próprio consórcio, que reconhece a possibilidade do desabamento da hidrelétrica. “Existe uma remota possibilidade de rompimento da barragem da usina. Essa lama acumulada nas margens do rio pode ser levada para o leito e pressionar a estrutura da barragem.

O consórcio aponta que, com a chegada do período chuvoso na região, a hidrelétrica poderá desabar a qualquer momento já a partir de outubro até março de 2017. Apesar de a Samarco retirar a lama com uma máquina, ela não definiu medidas “perfeitas” para monitorar e mitigar os impactos dessa atividade, tendo em vista que não tem mais tempo, porque deveria ter realizado uma ação de revertimento de longo prazo.”

De acordo com Paulo Roberto dos Santos da Secretaria de Planejamento da Prefeitura de Ponte Nova a cidade não seria atingida caso a barragem de Risoleta venha a se romper devido aos rejeitos. Segundo ele a barragem se encontra a baixo de Ponte Nova entre os municípios de Rio Doce e Santa Cruz não oferecendo nenhum risco aos pontenovenses. Ainda de acordo com Paulo Roberto caso a barragem venha a se romper a cidade de Ponte Nova teria que dar apoio as cidades atingidas, pois ela é tida como cidade polo daquela região prestando apoio por exemplo na área de saúde.

Em nota enviada ao Diário do Rio Doce a assessoria de imprensa da mineradora Samarco informou, que já foram removidos 380 mil metros cúbicos do reservatório da Usina Hidrelétrica Risoleta Neves. E em uma primeira fase, que vai até junho de 2017, a meta é retirar 1,3 milhão de metros cúbicos (fase 1 de limpeza do reservatório, que abrange os primeiros 400 metros a montante da barragem).

Apoio: Diário do Rio Doce.