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OCUPAÇÃO DOS PRÉDIOS DE AULAS DA UFV GERA CONFUSÃO ENTRE ALUNOS
11 de novembro de 2016

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A situação não está nada fácil no Campus Viçosa da Universidade Federal de Viçosa, já foi necessário a intervenção da Polícia Militar, da Vigilância da UFV e da Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais para acalmar os ânimos entre os alunos grevistas, que estão ocupando o Pavilhão de Aulas A (PVA) e o Pavilhão de Aulas B (PVB) e os alunos que são totalmente contrários às ocupações.

img-20161111-wa0001Tudo começou na tarde desta quinta-feira 10, quando em assembléia convocada pelo Diretório Central Acadêmico do Estudantes da UFV, onde 1.884 estudantes estiveram presentes e  e 864 votaram à favor de deflagração imediata de greve e outros 838 alunos votaram contra a greve.

Ainda na noite desta quinta-feira 10, os pavilhões de aulas foram ocupados pelos estudantes grevistas e todas as entradas e saídas dos prédios foram trancadas.

Por volta das 08h da manhã desta sexta-feira 11, quando alunos, professores e funcionários chegaram para cumprirem suas atividades nos dois pavilhões de aulas encontraram as portas trancadas com cadeados e foram impedidos de entrarem. Neste momento, alguns alunos que são totalmente contrários as ocupações se revoltaram com a ocupação dos prédios e o local se tornou um palco de xingamentos e os estudantes não entraram em confronto devido a presença de professores e outros estudantes que acalmaram os ânimos.

De acordo com estudantes que estão dentro da ocupação um aluno da UFV que é contrário ao movimento trancou a porta de entrada do PVA com um candeado e os estudantes ficaram impedidos de sair do prédio por cerca de 20 minutos até a chegada da Vigilância da UFV e da Polícia Militar, que retiraram o candeado da porta.

Veja o momento em que os alunos grevistas e os alunos contrários ao movimento se encontraram e houve uma pequena discussão.

A equipe de jornalismo da Rádio Montanhesa Viçosa esteve na ocupação e conversou com diversos alunos que são favoráveis e contrários as ocupações.

O primeiro a ser ouvido foi o Wilton aluno de Engenharia Florestal da UFV e ele se mostrou totalmente contrário à ocupação e disse que está somando esforços para junto à justiça conseguir a desocupação dos pavilhões de aulas. Ouça

O estudante Pedro Marcato representante do movimento de ocupação dos prédios da UFV concedeu entrevista ao vivo à Rádio Montanhesa e contou os reais motivos das ocupações dos pavilhões de aula.

O Defensor Público do Estado de Minas Gerais Glauco Rodrigues foi chamado para dar apoio jurídico tanto aos alunos grevistas quanto aos alunos contrários as ocupações e também concedeu entrevista à Rádio Montanhesa e falou de todos os direitos que cada aluno da UFV tem em relação as ocupações dos prédios. Ouça:

Ocupação recebe apoio de sindicatos

A Associação dos Servidores Administrativos da UFV (ASAV) e a Seção Sindical dos Docentes da UFV enviaram uma carta conjunta para a Reitora da UFV Profa. Nilda de Fátima Ferreira Soares e afirmaram que reconhece a greve e a ocupação dos estudantes como sendo instrumentos legítimos de luta e reivindicações. "Reconhecemos a greve e a ocupação como instrumentos legítimos de reivindicações nesse país e, assim, solicitamos desta Reitoria que mantenha o respeito às pautas e o diálogo com os discentes, até mesmo como uma oportunidade de formação política para todos os envolvidos."

Em outro trecho da carta a ASPUV e a ASAV solicitaram que a reitoria da UFV zele pela integridade física de cada aluno que está nas ocupações.

"Solicitamos ainda a garantia da integridade física de todos os estudantes envolvidos no movimento, uma vez que há um risco iminente de confronto. Dessa forma, requeremos a presença de pessoas hábeis a fazer a segurança das ocupações."

 Já o movimento Ocupa Bernardão-UFV disse através de uma carta divulgada pelas redes sociais que o movimento contrário às ocupações dos pavilhões de aulas está sendo alvo de ódio por parte de alunos e professores da instituição e até mesmo que os alunos do movimento estão sendo ameaçados de sofrerem violência física  "Na mesma medida em que estamos engajados, há também uma comoção por parte de estudantes e professores contrários a greve e a ocupação. Querem deslegitimar e encerrar nossa mobilização, seja através de disseminação de mensagens de ódio ou de ameaça de atos de violência aos ocupantes.", disse a carta.

Através de seu site oficial a UFV se pronunciou e disse estar ciente da greve deflagrada pelos alunos e também das ocupações dos pavilhões de aula. No comunicado é informado que a reitora da instituição já se reuniu com sua equipe para discutir a situação do campus e que eles aguardam uma reunião entre a administração e os estudantes grevistas que estão nas ocupações. "A reitora Nilda de Fátima Ferreira Soares e o vice-reitor João Carlos Cardoso Galvão se reuniram com os pró-reitores e diretores dos centros de ciências e já entraram em contato com o DCE. A administração aguarda resposta do Diretório sobre o horário de uma reunião ainda nesta sexta-feira."

Os funcionários técnico administrativos da UFV que estão em greve estiveram na ocupação como forma de apoiar os alunos grevistas. Na chegada desses funcionários houve um pequeno princípio de tumulto, onde o portão do PVA foi aberto e rapidamente fechado. Veja: