Periódico internacional publica artigo de doutoranda da UFV sobre espécie de tomateiro resistente à seca
8 de outubro de 2020

A doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia Françoise Dalprá Dariva é a primeira autora do artigo Evaluation of anatomical and physiological traits of Solanum pennellii Cor. associated with plant yield in tomato plants under water-limited conditions, publicado, na última semana, na Scientific Reports, periódico do grupo Nature. O artigo é resultado de sua dissertação, defendida em 2019, no mestrado do mesmo programa, sob orientação do professor Carlos Nick Gomes. No estudo, Françoise avalia características anatômicas e fisiológicas de Solanum pennellii (espécie silvestre de tomateiro) com potencial de exploração em programas de melhoramento de tomateiro para resistência à seca, sob condições de déficit hídrico prolongado.

Embora esta espécie, originária das encostas ocidentais dos Andes, no Peru, região extremamente quente e seca, seja bastante estudada, poucos a examinaram nesta perspectiva. A pesquisa é um avanço importante, levando-se em conta que os altos rendimentos observados hoje em cultivares modernos dependem do consumo de grandes quantidades de água pelas culturas ao longo de todo o ciclo de cultivo. Esta dependência ou restringe a produção de alimentos a áreas onde as chuvas são abundantes e bem distribuídas, no caso da agricultura não irrigada, ou aumenta os custos de produção em terras irrigadas. Há ainda a preocupação com as mudanças climáticas, que têm reduzido a disponibilidade de água para a agricultura em diferentes regiões do mundo.

Todos estes fatores acabam tornando impraticável o cultivo de espécies de alta exigência hídrica, como o tomate, em diversos locais. Por essas razões, o desenvolvimento de cultivares de alto rendimento e com menor consumo de água, por meio do melhoramento genético, é considerado uma estratégia promissora. No tomate, a resistência à seca é observada em espécies silvestres, com destaque para Solanum pennellii, que apresenta diversos mecanismos adaptativos para a sobrevivência em ambientes áridos.

O estudo publicado na Scientific Reports é uma orientação importante para melhoristas que desejam desenvolver cultivares de tomate resistentes à seca. Ele aborda as modificações, desencadeadas ou não pela baixa disponibilidade de água no solo, bem como sua correlação com a produtividade da planta. O trabalho é resultante de uma série de esforços na linha de melhoramento de tomateiro para resistência à seca coordenados pelo professor Carlos Nick desde 2014. Tal conquista só foi possível, segundo os pesquisadores, mediante suporte financeiro das agências de fomento Capes, CNPq e Fapemig.

Além de Françoise Dariva, assinam o estudo os doutorandos Mariane Gonçalves Ferreira Copati, Herika Paula Pessoa, Flávia Maria Alves, Felipe de Oliveira Dias e o professor Carlos Nick, todos do Departamento de Agronomia, e os professores Edgard Augusto de Toledo Picoli (Departamento de Biologia Vegetal) e Fernando França da Cunha (Departamento de Engenharia Agrícola).

Confira o artigo neste link: https://go.nature.com/3iyDj2l

Fonte: UFV.

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