Trabalho de doutoranda da UFV é capa da revista mais importante da América Latina na área de Química
19 de novembro de 2020

Um trabalho pioneiro, desenvolvido na UFV, sobre o potencial antitumoral da planta brasileira Carpotroche brasiliensis, conhecida como Sapucainha, foi escolhido para a capa da edição de dezembro de 2020, do Journal of the Brazilian Chemical Society (JBCS), o periódico de maior impacto científico na América Latina, na área de Química.

O artigo, intitulado Synthesis of 1,2,3-Triazole Derivatives of Hydnocarpic Acid Isolated from Carpotroche brasiliensis Seed Oil and Evaluation of Antiproliferative Activityé de autoria da doutoranda Liseth Suarez Osório, do Programa de Pós-Graduação em Agroquímica, sob a orientação do professor Marcelo Henrique dos Santos. O trabalho contou ainda com a colaboração dos professores Antônio Demuner e Eduardo Varejão, do Departamento de Química, e dos estudantes Bianca de Sousa (doutoranda) e Guilherme Ferraz (iniciação científica), além da parceria externa dos professores Marisa Ionta (Unifal-MG) e Eduardo Pilau (UEM), e dos estudantes Evandro Silva (UEM) e Guilherme Silva (Unifal-MG).

O grupo de pesquisadores isolou compostos naturais bioativos (ácidos graxos ciclopentênicos), das sementes da Carpotroche brasiliensis, e utilizou de reações químicas para obter novos compostos bioativos. Foram realizados testes contra células derivadas de cânceres humanos (mama, fígado e pulmão), sendo que os compostos naturais e modificados exibiram resultados promissores quanto à capacidade de inibir o crescimento de células tumorais, principalmente relacionadas ao câncer de pulmão.

O estudo é pioneiro na investigação do potencial antitumoral da Sapucainha e dos derivados semissintéticos (triazóis), obtidos a partir de ácidos graxos ciclopentênicos. Na pesquisa, foi possível constatar que os derivados mais promissores tiveram mínima atividade citotóxica, ou seja, efeito nocivo sobre células normais humanas. O trabalho reforça a relevância das plantas brasileiras como fonte de substâncias com potencial farmacológico, em especial para aplicação no tratamento do câncer, que representa um problema de saúde pública mundial.

Segundo os autores, a utilização de plantas como fonte de substâncias naturais precursoras para obtenção de novos produtos é uma vantagem para o Brasil, país detentor da maior biodiversidade do mundo. Diante disso, outros estudos estão sendo desenvolvidos pelo grupo de pesquisa, com o objetivo de buscar compostos naturais e semissintéticos promissores para o controle de doenças em humanos, plantas e animais.

O artigo pode ser lido na íntegra neste link. O trabalho contou com o financiamento dos órgãos de fomento Fapemig, Capes, CNPq e Finep, bem como apoio da UFV, UEM e Unifal-MG.

Fonte: UFV.

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