A Prefeitura de Belo Horizonte anunciou, nesta quarta-feira (16), que vai começar a vacinar grávidas e puérperas sem comorbidades a partir desta quinta-feira (17) e também nesta sexta-feira (18).
Por enquanto, foram chamadas aos postos de saúde mulheres a partir da 29ª semana gestacional (terceiro trimestre) e puérperas (até 45 dias após o parto).
Elas vão receber doses da Pfizer, mas é preciso apresentar prescrição médica para ter direito à imunização. "À medida que a Prefeitura for recebendo novas remessas de vacinas contra a Covid (Pfizer ou Coronavac), outros grupos de gestantes sem comorbidades serão imunizados", informou a PBH, em nota.
Para receber a dose, é preciso ser cidadã residente de Belo Horizonte. Além disso, é necessário levar documento de identidade com foto.
Vale lembrar que somente são vacinadas pessoas que não receberam a vacina contra a Covid-19 ou qualquer outra vacina nos últimos 14 dias. Também não podem se imunizar mulheres que tiveram a doença com início de sintomas nos últimos 30 dias.
As gestantes também vão precisar apresentar um documento que comprove o estado gestacional, "como carteira de acompanhamento da gestante/pré-natal ou laudo médico", informa a PBH. Da mesma forma, a puérpera precisa apresentar Declaração de Nascido Vivo (DNV), certidão de nascimento ou de óbito.
Os pontos fixos de vacinação funcionam das 7h30 às 16h30, e das 8h às 16h30, no caso de drive-thru.
Os locais de vacinação ainda não foram informados, mas ficarão disponíveis no site da prefeitura.
As grávidas e puérperas como um todo chegaram a ser incluídas no Programa Nacional de Imunizações (PNI), do governo federal, mas a investigação de mortes de mulheres após o uso do imunizante da Astrazeneca fizeram a orientação do Ministério da Saúde mudar, seguindo recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no dia 11 de maio. Passou-se, então, a priorizar apenas a vacinação de grávidas com comorbidades.
Minas Gerais
Na última sexta-feira, o governo do Estado informou que pretendia, em breve, começar a vacinação de grávidas e puérperas, tão logo cheguem a Minas Gerais novas remessas de vacinas Pfizer e Coronavac.
“Essa deliberação veio porque o entendimento inicial, lá no início do processo de vacinação, de que gestantes não eram grupos de risco, mudou. Gestante é um grupo de risco, possui maior letalidade que um grupo normal, do que uma mulher não gestante (por exemplo)”, disse o secretário de Estado de Saúde, Fábio Bacchetti, em coletiva nesta quarta-feira. Ele também informou que a inclusão das lactantes entre as prioridades ainda depende de uma nota técnica da Comissão Intergestota Bipartite da Secretaria de Estado de Saúde.
Atualmente, a taxa de letalidade de gestantes e puérperas em Minas é o dobro em relação à população em geral. Segundo dados do DataSus, a letalidade entre grávidas puérperas é 105,3% superior do que a média da população geral no Estado. No ano passado, 25 grávidas morreram em Minas Gerais. Já nos cinco primeiros meses deste ano, 124 gestantes vieram a óbito, um aumento de 416%. No país, a situação ainda é pior. A taxa de letalidade entre gestantes em decorrência da Covid-19 é de 7,2% – mais que o dobro da atual taxa de letalidade pela doença, que é de 2,8%.
Por O Tempo