Durou poucas horas a expectativa de que o governo federal pagaria R$ 400 até o final de 2022, no âmbito do Auxílio Brasil, programa que vai substituir o Bolsa Família. A reação negativa da equipe econômica do ministro Paulo Guedes e do mercado fez com que fosse cancelada a cerimônia de lançamento do programa, prevista para esta terça-feira (19) no Salão Nobre do Palácio do Planalto.
Segundo a equipe técnica do Ministério da Economia, que propôs o pagamento de R$ 300, o valor desejado pela ala política do governo extrapola o teto de gastos.
A previsão é que o novo programa de renda básica entre em vigor a partir de novembro. No entanto, depois de ter cancelado a cerimônia de lançamento do programa, o Ministério da Cidadania não informou quando será a nova data.
O impasse expõe divergências entre equipes políticas e econômicas do governo, uma vez que Paulo Guedes preza pela austeridade fiscal e pelo limite do teto de gastos. Por outro lado, o ministro tem sido pressionado pelos defensores do programa social como meio de alavancar a popularidade do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
A equipe de Guedes pretende que os recursos do Auxílio Brasil venham da aprovação do projeto de reforma do Imposto de Renda, que prevê a taxação de dividendos. Essa tributação, no entanto, não encontra respaldo no relator da proposta no Senado, Angelo Coronel (PSD-BA), que pretende retirá-la do texto.
Fonte: O TEMPO