Filhotes de sagui em risco de extinção nascem em centro de conservação da UFV
7 de dezembro de 2021

Um dos objetivos principais do Centro de Conservação dos Saguis-da-Serra (CCSS) da UFV foi alcançado: a reprodução em cativeiro do sagui-da-serra-escuro (Callithrix aurita). O CCSS, direcionado para a investigação e conservação da espécie, que é nativa da Região Sudeste e corre o risco de ser extinta, é o único que abriga três adultos e, agora, dois filhotes de aurita em cativeiro em Minas Gerais. É cedo para saber, mas estes poderão ser os primeiros saguis-da-serra-escuro nascidos e criados no Centro de Conservação da UFV e reintroduzidos na natureza.

A equipe do CCSS celebrou o nascimento no dia 19 de novembro e, desde então, só observa os pequenos saguis-da-serra-escuro, que ficam o tempo todo agarrados aos pais. Ainda não chegou o momento dos pesquisadores do Centro de Conservação estabelecerem um contato mais direto com os filhotes e, por isso, ainda não conhecem o tamanho, o peso e outros detalhes de cada um, nem se são duas fêmeas, machos ou uma fêmea e um macho. Por enquanto, apenas a mãe Chiquita e o pai Caju cuidam – de maneira compartilhada – das crias.

“É uma recompensa para o nosso esforço e um aviso para continuarmos. Sabemos que está dando certo”, avaliou Júlia Diniz, recém-graduada em Biologia e mestranda em Ecologia na UFV. Ela integra a equipe do CCSS – coordenada pelo professor do Departamento de Engenharia Florestal Fabiano de Melo – e realiza o manejo dos animais rotineiramente, assim como o estudante de Biologia Luiz Gustavo de Souza, que lembrou que o Centro de Conservação foi inaugurado em 2021, mas o trabalho desenvolvido por ele começou em 2017, por meio do Projeto Aurita. “O intuito sempre foi aumentar a população de Callithrix aurita para uma futura reintrodução da espécie na natureza na região de Viçosa”, ressaltou. “Significa que estamos no caminho certo e é gratificante”.

O casal – Chiquita e Caju – chegou ao CCSS em meados de 2021. Eles vieram de criadouros científicos de São Paulo, acompanhados pela studbook keeper Claudia Igayara – responsável por realizar estudos genealógicos e garantir reproduções com variedade genética, o que é essencial para a conservação de qualquer espécie. Geralmente, os saguis-da-serra-escuro têm duas gestações por ano e geram filhotes gêmeos ou trigêmeos por vez. No caso do Centro de Conservação da UFV, a Chiquita e o Caju geraram trigêmeos, mas um infelizmente não sobreviveu. Isso não é incomum; como a própria iniciativa explicou pelo Instagram, a taxa de sobrevivência depende do tamanho tanto da mãe quanto das crias e é mais uma característica para ser considerada no trato com a espécie.

Desde o início, o manejo do casal é controlado e registrado e serve de base de conhecimento para a equipe do CCSS conhecer melhor os animais e contribuir cada vez mais com o bem-estar deles. “Como a espécie é ameaçada, acompanhar uma gestação e ver um filhote de aurita é uma oportunidade que poucos têm”, destacou Luiz Gustavo, o que significa que o Centro de Conservação também poderá contribuir com a literatura científica sobre o assunto.

Essas e outras informações sobre o CCSS e suas ações estão no site ccss.ufv.br/home. Como não é possível visitar o Centro de Conservação da UFV, já que é um criadouro científico, um lugar específico para pesquisas, as novidades sobre os saguis-da-serra-escuro e outras espécies protegidas pela iniciativa podem ser acompanhadas pelas redes sociais.

Mais fotografias da Chiquita, do Caju e dos filhotes podem ser conferidas no link photos.app.goo.gl/rSUWf1vRcXc8LvKE7.

Fotos: Daniel Sotto Maior

Divulgação Institucional UFV

publicidade

publicidade

publicidade