“Vacinas contra a Covid são hiperseguras”, diz especialista da UFV
1 de fevereiro de 2022

As vacinas contra a Covid-19 seguem sendo colocadas em cheque por alguns segmentos da sociedade. Nesse sentido, durante entrevista ao Jornal da Montanhesa da última segunda-feira (31), o professor Sérgio Oliveira de Paula, do Departamento Geral da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e responsável também pelas produções de vacinas da Universidade, afirmou que todas as vacinas que circulam atualmente são "hiperseguras".

"As vacinas são hiperseguras. São vacinas que já foram avaliadas e num modo geral, estamos no meio de uma pandemia, e temos 60% da população mundial dessas vacinas e elas tem demonstrado serem hiperseguras. A população pode ficar despreocupada", afirmou o especialista.

Além disso, segundo ele, caso alguma vacina falhasse ou tivesse qualquer tipo de efeito colateral muito indesejado, ela seria descontinuada.

O professor afirmou também que qualquer pessoa que diga que tais vacinas ainda são experimentais está cometendo uma falácia. Isso porque, segundo ele, todas as vacinas que estamos tomando já passaram da fase de teste (1, 2 e 3). Ainda de acordo com ele, quando o debate sobre a eficácia da vacina é levantada, é importante levar em consideração que todas as vacinas existentes, desde as que as pessoas tomam nos primeiros meses de vida, são para evitar a fase grave da doença, não para dar 100% de imunidade.

"Desde quando a gente começa a ser vacinado, a função primordial dela é prevenir que ela não desenvolva a forma grave da doença. Se eu tomo vacina da caxumba, eu vou ter uma caxumba mais leve ou não vou ter. A vacina da gripe, nós tomamos anualmente, e mesmo assim a gente resfria, mas é mais brando, em dois ou três dias você está bem, ao contrário de quem não tomou e vai ficar seta dias mal e talvez fique hospitalizado", disse, Sérgio.

Rapidez da vacina

Em relação ao tempo em que a vacina foi produzida - o que gera desconfiança por parte de alguns grupos - Sérgio afirmou que o motivo dessa rapidez é a evolução da ciência e também o investimento feito para que a produção acontecesse.

"A ciência evoluiu de tal forma que em meses conseguimos desenvolver determinadas vacinas. No laboratório da UFV, para se der ideia, já desenvolvemos aproximadamente seis candidatos vacinais que já encaminhamos para a Fiocruz. Além disso, o investimento aumentou. Para se fazer ciência é preciso dinheiro e, de um modo geral, se investiu muito na produção dessas vacinas contra a Covid", ressaltou.

Vacinas da UFV

O professor também comentou sobre os candidatos vacinais que a Universidade. Segundo ele, a UFV está entre os oito grupos de pesquisa que estão desenvolvendo vacinas contra o coronavírus. De acordo com o especialista, a Universidade tem seis candidatos vacinais desenvolvidos, que se tratam de seis vacinas contra seis diferentes sorotipos.

Atualmente, a UFV tem candidatos desenvolvidos que atuam contra a variante Alfa, Beta, Gama, a Sepa Selvagem da Covid. Além disso, recentemente o grupo iniciou trabalhos com a Delta e Ômicron.

Segundo o professor, cinco candidatos já foram encaminhados para a Fiocruz e eles já estão fazendo a análise das vacinas in vitro. Primeiro eles vão testar em camundongos, depois passa para macaco e por fim, humanos. Esses testes estão sendo realizados para checar a resposta imunológica que ela tem no ser humano.

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