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Audiência de instrução sobre o ‘Caso Gabriel’ acontece amanhã (07), em Viçosa; avó diz que será a última
6 de julho de 2022

Mais de sete anos após o acontecimento, o 'Caso Gabriel' ainda não foi solucionado e a família aguarda respostas.

Uma nova audiência de instrução sobre o assassinato do menino Gabriel Oliveira Maciel acontecerá na próxima quinta-feira (07), no Fórum de Viçosa. O jovem pontenovense desapareceu após uma 'Calourada" promovida pela República Qkické, na cidade, no dia 06/03/2015, sendo encontrado morto três dias depois.

Segundo a avó do garoto, ela foi informada pelos juizes do caso que esta será a última reunião de instrução. Após isso, de acordo com a dona Regina Maciel, o caso irá para júri popular.

Em contato com a equipe de reportagem do Primeiro a Saber, Regina relatou sua raiva em relação a última audiência. Na ocasião, a avó do menino disse que apenas duas testemunhas foram ouvidas e que apenas prestaram elogios aos réus.

"Montaram um circo no Fórum da Comarca de Viçosa e os palhaços foram a família do Gabriel", disse a avó, indignada.

Através de suas redes sociais, Regina Maciel escreveu, recentemente, uma sátira sobre o caso. Segundo ela, é um desabafo em relação ao que estão dizendo e por estarem defendendo os réus. No seu Facebook, ela escreveu: "Réus inocentes, gente boa. Gabriel Maciel suicidou-se."

É a terceira audiência do ano

Esta é a terceira audiência sobre o assassinato do garoto apenas em 2022. A primeira delas aconteceu no dia 25/02 para ouvir réus e testemunhas. Já a segunda, também contando com testemunhas e acusados, aconteceu em 18/05.

Leia:

Caso Gabriel: audiência ouvirá réus e testemunhas hoje (25)

Caso Gabriel: audiência com testemunhas e acusados do homicídio acontece amanhã (18), em Viçosa

Além disso, em outubro do ano passado também aconteceu uma outra audiência sobre o caso.

Leia:

Finalizada audiência do Caso Gabriel no Fórum de Viçosa

Relembre o 'Caso Gabriel'

Gabriel Oliveira Maciel desapareceu após uma calourada realizada pela República Qkické, em Viçosa, no dia 06/03/2015, e foi encontrado morto três dias depois, nu e em uma vala. De acordo com informações repassadas pela família da vítima, o último registro de Gabriel vivo foi através de uma foto de WhatsApp, enviado pelo próprio garoto para a família, em que ele aparecia ao lado de sua suposta namorada, quem o havia levado para a festa, com autorização da avó.

A avó do garoto, Regina Maciel, e o radialista de Ponte Nova Robson Lemos, concederam uma entrevista exclusiva ao Jornal da Montanhesa no dia 23/10/2021, para falar sobre o crime (assista a entrevista na íntegra). Segundo eles, a garota insistiu para levar o menino de, na época, 17 anos, para a festa. Além disso, havia prometido que traria ele de volta no dia seguinte, pela manhã.

“Ele não conhecia Viçosa. A namorada se responsabilizou, disse que voltaria com ele no sábado, pois ele tinha uma prova. Simplesmente ele desapareceu. Ela não nos avisou. A gente estava sem saber nada mesmo”, afirma dona Regina.

Ainda segundo a avó do garoto, como ele não chegou no horário combinado, a família começou a pregar cartazes para tentar localizar o jovem. No entanto, infelizmente Gabriel Maciel foi encontrado já sem vida, três dias após a realização da festa e com inúmeros sinais de tortura.

Segundo relatou o G1, de acordo com familiares, Gabriel saiu de casa para encontrar a suposta namorada para ir ao evento. O corpo do adolescente foi localizado três dias depois, dentro de uma vala em uma área experimental que pertence à Universidade Federal de Viçosa (UFV), próxima a BR-120. A Perícia esclareceu que a vítima, provavelmente, foi morta em outro local e transportada para onde foi encontrada.

De acordo com a avó e o radialista Robson Lemos, há informações de que seis pessoas participaram do crime, sendo quatro de Viçosa e dois de Ponte Nova, e uma outra pessoa ainda havia participado indiretamente. Ainda segundo eles, uma testemunha teria visto o garoto recebendo algumas pauladas e sendo colocado num carro vermelho, com cinco pessoas que estavam batendo nele.

Antes de ser desovado em posição erótica e levado um último tiro para execução, o garoto ainda foi espancado, torturado, estuprado, mutilado e teve seus órgãos genitais cortados.

A mãe de Gabriel afirmou ainda que ele saiu de casa dizendo que não iria ao evento, mas apenas encontrar a suposta namorada. “Fui dormir tranquila. Ele me disse que voltaria no primeiro horário de ônibus porque tinha cursinho às 10h. Às 7h eu comecei a ligar para ele, o telefone chamava e não atendia. Depois houve um retorno do celular dele para mim. Eu só ouvi um gemido. Eu liguei várias vezes depois até o celular dele descarregar”, contou.

Mudança de versão por parte da namorada

Segundo o Boletim de Ocorrência da época, o Conselho Tutelar foi até a casa da suposta namorada após o registro do caso. Inicialmente, ela confirmou que esteve com o adolescente na festa e que ele teria feito uso de drogas e bebida alcoólica sem moderação. Ela contou que foi embora e o deixou na festa após discutirem. Contudo, dias depois, ela mudou a versão.

Em novo depoimento, a namorada, na época de 19 anos, mudou a forma como citou as ações do jovem na festa. Dessa vez, ela contou que Gabriel bebeu pouco e não usou drogas. Ela disse que ele estava totalmente lúcido quando se falaram pela última vez, quando iria para casa.

Conforme a assessoria da polícia, em matéria divulgada pelo G1 em 2015, a jovem também relatou que ele pretendia ficar na festa para conversar com amigos. Em seguida, ela foi embora, por volta de 3h do sábado (7) e às 6h recebeu a notícia de que Gabriel não havia chegado. Ainda conforme a assessoria, ao ser questionada pelo delegado sobre esta diferença nos relatos, a jovem informou que “em momento nenhum disse o que consta na ocorrência”.

Além disso, durante a entrevista concedida ao Jornal da Montanhesa do dia 23/10, o radialista de Ponte Nova, Robson Lemos, afirmou que através de mensagens de texto, a suposta namorada do Gabriel havia dito que eles eram “apenas amigos”.

Ainda em relação a suposta namorada, a avó de Gabriel também fez questionamentos durante o Jornal da Montanhesa. Segundo ela, uma coisa que lhe chamou muito a atenção é que no domingo pela manhã, após o desaparecimento do seu neto, uma outra filha, tia do garoto, foi relatar ao delegado que ele estava sumido.

Mas, para a surpresa, a jovem namorada do rapaz já estava por lá e não havia, nem sequer, telefonado para a família para avisar do acontecido.

“Não estou acusando ninguém. Só lamento, que a menina em que ele confiou, que ele beijou, ofereceu flores e bombons, não veio nos dar um abraço. Não nos comunicou que ele sumiu. Nós precisávamos disso.  Ela deveria ter entrado em contato e poderia ter ido ao sepultamento dele”, diz a avó.

Suspeitos do Caso Gabriel presos e ônibus incendiado

Mais de sete anos após o acontecimento, o Caso Gabriel ainda não foi solucionado e a família aguarda respostas.

No dia 20/07/2016, a Polícia Civil divulgou que havia prendido alguns suspeitos no envolvimento na morte do garoto, sem dar mais detalhes do ocorrido. Entretanto, no mesmo dia, um ônibus da empresa que fazia o transporte público em Viçosa foi incendiado por um adolescente de 15 anos de idade. 

De acordo com a polícia, o menor havia comprado um galão em um posto de combustível. Após isso, foi até um ponto de ônibus, deu sinal para que o automóvel parasse e, já dentro do coletivo, obrigou que todos os passageiros descessem.

Aos policiais, o menor contou que cometeu o crime a mando de dois homens maiores de idades, que também foram presos. Além disso, ele confirmou que o ato foi uma represália após a Polícia Civil realizar a “Operação Arcanjo” e prender os suspeitos da morte do Gabriel.

Autor: Guilherme Alves.

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