Viçosa: verba da construção de estádio de futebol voltou para o Estado
16 de setembro de 2022

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Segundo a Prefeitura de Viçosa, o recurso parlamentar conseguido não é nem 50% do valor total para a construção do novo estádio de futebol.

Durante a Reunião Ordinária da Câmara Municipal de Viçosa da última terça-feira (13), o vereador Marco Evangelista (Marcão Paraíso) (PSDB) afirmou que o prefeito Raimundo Nonato, bem como a administração pública, perderam uma verba de R$ 600 mil que era destinada a construção do novo estádio de futebol de Viçosa, no bairro Cidade Nova.

"Nosso prefeito conseguiu uma proeza, que é perder uma verba parlamentar de R$600 mil, deixou devolver para o Estado. Deve estar com muito dinheiro em caixa para fazer o estádio. É lamentável a situação", criticou o vereador.

O projeto inicial do campo municipal previa dimensões padrão FIFA, estacionamento, portaria, bilheteria, setor administrativo, sanitários públicos, vestiário para dois times e arbitragem, posto policial e médico. Além disso, sala de imprensa, cabines de rádio e TV e arquibancada para 800 pessoas - cumprindo as exigências de acessibilidade.

Problema para construir o novo estádio é antigo

O anúncio da construção do estádio foi feito em 2020, na gestão do ex-prefeito Ângelo Chequer. Na ocasião, foi afirmado que a obra seráia licitada pela Prefeitura de Viçosa (PMV) em aproximadamente R$ 2 milhões.

Desses, R$600 mil eram proveniente da emenda parlamentar mencionada pelo vereador na última terça-feira. Ela foi conseguida pelo deputado estadual Roberto Andrade (AVANTE), em parceira com os ex-vereadores Helder Evangelista e Wallace Calderano.

Sendo assim, o restante do valor seria proveniente de recursos da própria Prefeitura, de acordo com o que foi divulgado em 2020.

Em dezembro do mesmo ano, o contrato com a GML Engenharia Ldta, de Belo Horizonte, construtora que venceu a licitação, foi assinado pelo então prefeito. A ordem de serviço estava prevista para ser expedida nos dias seguintes, mas isso não aconteceu. A previsão de conclusão da obra era de 120 dias após o início dos trabalhos.

Em março de 2021, o Primeiro a Saber noticiou que a ordem de serviço ainda não havia sido concedida por conta de problemas financeiros. Além de não ter os recursos necessários, a empresa responsável pela execução da obra pediu um realinhamento do contrato, alegando alta nos preços dos materiais de construção civil.

Na época, oficialmente a obra tinha custo inicial de R$ 1.924.804,00, e desse total, apenas R$ 593.684 reais estavam garantidos. Sendo assim, a PMV precisaria desembolsar ainda R$ 1.410.963,00 para a realização do estádio.

Em um esclarecimento na Câmara dos Vereadores em 2021, o secretário de Governo Luan Campos afirmou que “a atual gestão começou em uma situação muito complicada, em um panorama de crise e contenção.” Além disso, ele confirmou que todas as obras contratadas pela gestão passada estão sofrendo um balanceamento devido a alguns itens que sofreram inflação expressiva.

O que diz a Prefeitura

Em contato com a equipe de reportagem do Primeiro a Saber, a PMV confirmou a informação dada pelo vereador Marco Evangelista (PSDB). No entanto, ressaltou que o recurso parlamentar conseguido não é nem 50% do valor total da obra.

"A prefeitura teria de investir um recurso muito alto nessa obra em um momento em que o município tem outras prioridades mais importantes", afirma o órgão.

Mas, mesmo com a não realização do novo estádio municipal neste momento, a Prefeitura afirma que a construção, em moldes melhores, não foi descartada pela atual administração municipal.

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