O atleta olímpico viçosense, Mateus Gregório, está sendo cobrado pela Confederação Brasileira de Levantamento de Peso (CBLP) por ter sido suspenso em 2018, por conta de doping. Ele é cobrado em US$5 mil, mesmo já tendo voltado a participar de competições em 2023.
Por não ter pago, Mateus, que é atleta da seleção brasileira, foi vetado do Campeonato Brasileiro de Levantamento de Peso, a única competição interclubes do país. Ele já cumpriu 4 anos de suspensão desde 2018 e voltou a competir no ano passado. "Eu não entendo por que estão me cobrando isso agora, e já querem que o valor seja depositado. Por que não me pediram antes do ano passado, quando competi seletiva, o Nacional, o Sul-Americano e os Jogos Pan-Americanos? Tentei entrar em contato várias vezes com o jurídico da confederação, mas só me responderam em cima da hora para embarcar para o Brasileiro", disse ele ao Olhar Olímpico.
Apenas cinco anos após a punição de Mateus a confederação alega que a multa é de responsabilidade dele e por isso deve arcar com o prejuízo, por isso começou a cobrá-lo.
No dia 1º de abril de 2024 ele recebeu uma notificação extrajudicial que dava o prazo de dez dia para pagar a multa de 5 mil dólares (aproximadamente 26 mil reais). Caso não pagasse ele poderia ser punido com base no artigo 191 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. Porém, a única instituição que poderia punir o atleta seria o Supremo Tribunal da Justiça Desportiva (STJD), que não realizou nenhuma denúncia.
O pagamento dessa multa não existe em outras modalidades e foi inserido no levantamento de peso para pressionar as confederações à compartilharem o combate ao doping e que elas se responsabilizem pelas delegações.
Quando procurada para prestar esclarecimentos, a CBLP alegou que "se funda no devido processo legal que ocorreu dentro do tribunal antidoping". Mas de acordo com o processo legal não existe responsabilidade de Mateus no pagamento da multa, e nem relacionar a sua volta às competições com o pagamento da mesma. O que acontece na verdade é o contrário, já que o combate ao doping se encaixa em um modelo que diz que nenhum atleta pode ser punido duas vezes pelo mesmo motivo.
Informações: UOL