Greve UFV: Professores se reunem hoje (23) para discutir última proposta do governo
23 de maio de 2024

Apesar de fachada positiva, a proposta mais recente mantem reajuste abaixo das perdas inflacionárias para grande parte da categoria. No entanto, o governo coloca esta como sua proposta final.

Nesta quinta-feira (23), às 14h30 no Auditório do Departamento de Engenharia Florestal, o comando Local de Greve – CLG/CD convoca a categoria docente da UFV para a 151ª Assembleia Geral. Nela, as subsedes da ASPUV de Rio Paranaíba e Florestal também participarão simultâneamente por vídeo conferência e todos discutirão a proposta mais recente apresentada pelo governo.

A proposta prevê diferentes níveis de reajuste para a categoria: os que ganham mais receberiam um aumento de 13,3% até 2026, enquanto os que ganham menos, de 31%. No entanto, nenhuma parte desse reajuste viria em 2024, um dos pontos não negociáveis do movimento.

Outro ponto que preocupa a categoria é o fato de que o maior índice atinge apenas uma parcela muito pequena da categoria, que ingressa na carreira com graduação, adicionada a ampliação do interstício de progressão de dois para três anos. Cerca de 80% dos docentes terão correção entre 12,81% a 16,11%, ou seja, percentuais que não cobrem ou cobrem com pouca folga as perdas inflacionárias projetadas no período do governo Lula, sem contar ainda as perdas anteriores.

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O comando ainda ressalta que a reestruturação da carreira defendida pelo ANDES-SN não foi considerada pelo governo. O projeto do sindicato nacional traz a carreira única, a extinção das classes e tem a sua organização em 13 níveis.

A proposta do governo aprofunda uma carreira docente desestruturada. O realinhamento de steps transforma a ausência de uma carreira estruturada em mera questão remuneratória. O único anúncio que oferece algum avanço do ponto de vista de tornar a carreira mais atrativa é a consequente elevação do salário a ser recebido no período de ingresso. Além disso, para propiciar a atratividade da carreira, há prejuízo no reajuste, que fica abaixo dos índices pleiteados, nas classes e níveis onde hoje temos maior concentração de docentes nas nossas instituições”, avaliou.

Proposta final ?

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Na última terça-feira (21), em email encaminhado a sindicatos, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos rechaçou dar continuidade às negociações por reajuste salarial dos professores federais, atualmente em greve, e exigiu a assinatura de um acordo até segunda-feira (27/5).

"O governo apresentou sua proposta final, [...] não restando, portanto, margem para a recepção de novas contrapropostas", escreveu a pasta na mensagem distribuída em resposta a decisão do ANDES, na segunda (2), de manter a paralisação.

A postura da gestão Lula (PT), contudo, tem irritado os grevistas. "O governo federal expressa, com essa mensagem [do Ministério da Gestão], uma imensa intransigência com o processo negocial, para além de um desrespeito com a dinâmica grevista", disse Gustavo Seferian, presidente do Andes."Nós queremos negociar, e caso a base da categoria entenda por apresentar uma nova contraproposta, será essa nossa ação no dia 27 de maio"

Informações por Aspuv e Estado de Minas