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Projeto leva conhecimento sobre abelhas para alunos de escolas públicas
10 de julho de 2024

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Nas oficinas, os estudantes montam iscas para coletar abelhas e aprendem a lidar com elas, da maneira correta.

“É de pequenino que ….”  a criança pode se tornar divulgadora de ciência e multiplicadora de conhecimentos fundamentais para famílias, comunidades e - por que não? - para a humanidade. Pensando assim, professores da UFV estão desenvolvendo projetos de extensão em parceria com escolas públicas de Viçosa e Florestal para divulgar a importância das abelhas para o ambiente e para a produção de alimentos.

Os projetos contam com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e são coordenados pela professora Mara Garcia Tavares, do Departamento de Biologia Geral (DBG). Também participam professores de diferentes departamentos dos campi Viçosa e Florestal, além de bolsistas e voluntários do Progrma de Educação Tutorial (PET) da Biologia.

No projeto de divulgação científica Abelhas como ferramenta para promoção de conhecimentos e troca de saberes entre universidade, escola e sociedade, os tutores visitam regularmente quatro escolas estaduais: Alice Loureiro, Effie Rolfs, Dr. Raimundo Alves Torres e José Lourenço de Freitas, esta última no distrito de São José do Triunfo. Nelas, estudantes dos 7 aos 17 anos participam de palestras sobre a importância das abelhas, oficinas e trilhas na UFV e no entorno das escolas para treinarem a identificação de ninhos e coletarem aquelas sem ferrão.

Nas oficinas, os estudantes montam iscas para coletar abelhas e aprendem a lidar com elas, da maneira correta. Essas atividades também têm o intuito de ampliar o conhecimento sobre a função desses insetos no ambiente. “Identificamos que há uma percepção de que toda abelha ferroa, que podem estragar flores e fazem mel em grande quantidade. Sem entender a importância que têm, é comum ver pessoas incendiando ou destruindo ninhos, por exemplo”, comentou a professora Mara. De acordo com ela, estas ações, associadas ao uso indiscriminado de agrotóxicos e o desmatamento, estão causando a diminuição das populações de abelhas, podendo, inclusive, levá-las à extinção. “As abelhas são responsáveis pela polinização das flores e, consequentemente, pela produção de alimentos, e pouca gente entende que elas contribuem para a segurança alimentar”, disse.

Para desmitificar esses equívocos, as atividades do projeto destacam a diversidade de espécies de abelhas, o importante trabalho de polinização que elas realizam e a relação disso com a reprodução das plantas, os fatores que afetam sua sobrevivência e a necessidade de conservar este grupo de insetos. Com isso, espera-se que os estudantes discutam o tema em suas casas e escolas e se tornem multiplicadores destes conhecimentos.

De olho nas abelhas

Por sua vez, o projeto De olho nas abelhas: uma abordagem multidisciplinar visando à promoção de conhecimentos e à conservação ambiental tem como objetivo divulgar a importância e a necessidade de conservação das abelhas nativas sem ferrão, além de compartilhar conhecimentos que possam gerar renda para comunidades, por meio da meliponicultura. O trabalho vem sendo realizado por meio de dias de campo, trilhas e minicursos nas escolas estudais Dr. Arthur Bernardes e José Lourenço de Freitas e Municipal Almiro Paraíso com estudantes do ensino fundamental, em Viçosa. Os resultados mostram alunos empolgados com o conhecimento e com oportunidades de realizar atividades extracurriculares relacionadas às abelhas.

Ciência cidadã

Em Florestal, as ações de divulgação científica são desenvolvidas na E.E. Serafim Ribeiro de Rezende, por meio do projeto Ciência Cidadã, coordenado pelo professor da UFV Helder Canto. Com ele, nas trilhas e dias de campo, os estudantes são estimulados a registrar a diversidade de abelhas e seu papel ecológico. As fotos são inseridas na plataforma internacional iNaturalist para que a equipe e a sociedade tenham um canal para contínua troca de experiência e aprendizado.

Este ano, o professor Helder liderou o grupo que desenvolveu o jogo Be a Bee: seja uma abelha, um simulador de vida da abelha nativa Jataí, sem ferrão. Nele, o jogador aprende sobre a vida das abelhas nativas, enquanto movimenta as operárias que precisam construir sua colônia, coletar recursos, como néctar, pólen, resina, e contribuir com a polinização. O jogo já está em fase final de teste e, em breve, estará disponível gratuitamente nas plataformas para celulares Android e iOS.

As atividades dos dois projetos são divulgadas no Instagram dos projetos (@abelhudosufv e @deolhonasbaelhas) e no canal do YouTube .

Também participam do projeto os professores: Carolina Gonçalves Santos, Denilce Meneses Lopes, Glenda Samara Dias Santos e Gustavo Ferreira Martins, do Departamento de Biologia Geral; Maria Augusta Lima Siqueira (Departamento de Biologia Animal); Mayura Magalhães Rubinger (Departamento de Química) e Weyder Cristiano Santana (Departamento de Entomologia) .

Os trabalhos citados nesta matéria está alinhada aos itens 4 (Educação de Qualidade), 11(Cidades e Comunidades Sustentáveis)e 15 (Vida Terrestre)  dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).