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Jovem viçosense luta contra doença rara e busca recursos para cirurgia
2 de dezembro de 2024

Yasmin Cândido luta contra uma doença rara que atinge o esôfago e o estômago, e busca arrecadar dinheiro para custear cirurgia em Recife

Yasmin da Silva Cândido, de 22 anos, é viçosense, luta contra a acalasia, uma doença rara que impede a passagem adequada de alimentos do esôfago para o estômago. A doença tem agravado sua desnutrição, reduzindo seu peso a 27 kg.

Foto reprodução G1 Zona da Mata

Mãe de três crianças pequenas, Yasmin foi diagnosticada em 2020 após exames realizados em Belo Horizonte. Ao descobrir a doença, a jovem relatou, “Estava engasgando enquanto dormia, então fiz uma endoscopia e o médico disse que poderia ser uma doença chamada acalasia. Ele pediu outro exame, que tive que fazer em Belo Horizonte, pois na minha região não havia, e o resultado confirmou", contou Yasmin.

Desde então, por quatro anos passou por tratamentos como dilatação pneumática, que pararam de surtir efeito neste ano. Em maio, precisou de uma cirurgia de emergência para retirar parte do intestino, passando a usar bolsa de colostomia, o que agravou ainda mais sua condição de saúde. Desde esse período até hoje, a jovem perdeu 16 kg e está pesando 27 kg, pois não consegue se alimentar adequadamente.

A acalasia atinge de 1 a 2 pessoas a cada 100 mil, segundo o Journal of Gastroenterology and Hepatology. Entre os sintomas mais comuns estão dificuldade para engolir, azia, regurgitação, dores no peito e perda de peso.

Yasmin também descobriu que a acalasia foi causada por infecção pelo protozoário Trypanosoma cruzi, causador da Doença de Chagas, que pode ser transmitida pela picada de insetos, como os barbeiros. “O médico disse que provavelmente devo ter contraído quando criança e só agora os sintomas apareceram. Eu ia muito a cachoeiras quando era pequena e provavelmente fui picada lá”.

A médica Lívia Pamplona ainda destaca que existem casos chamados de acalasia idiopática. “Nestes, a causa da degeneração dos neurônios do esôfago é ainda desconhecida, mas acredita-se que resulte de fatores autoimunes e genéticos", complementou.


Os sintomas de Yasmin estão se agravando cada vez mais devido à dificuldade de se alimentar, já que utiliza uma sonda. Para tentar controlar a doença, agendou uma cirurgia menos invasiva no esôfago com um especialista no Recife, no estado de Pernambuco, que acontecerá neste sábado, 7 de dezembro. A jovem luta contra o tempo para arrecadar o valor do tratamento particular que custa R$ 20 mil. A intervenção é crucial para tentar estabilizar a doença e melhorar sua qualidade de vida.

Necessidade de cirurgia:

 O tratamento para a acalasia não é curativo, mas pode melhorar os sintomas e a qualidade de vida dos pacientes, além de evitar as complicações da doença.

A cirurgia menos invasiva que Yasmin vai realizar é feita exclusivamente em centros especializados no país. Por isso, ela buscou um especialista de João Pessoa, na Paraíba, que realiza o procedimento em grupos na cidade do Recife. A operação é chamada 'Poem'.

Antes de encontrar o especialista, Yasmin tentou realizar a cirurgia mais comum, chamada de 'Heller', oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, não foi aceita como candidata devido aos riscos relacionados ao peso nutricional.

Como é feito o procedimento:

A cirurgia para acalasia é um procedimento que corta as fibras musculares do esfíncter esofágico inferior, facilitando a passagem de alimentos do esôfago para o estômago. O procedimento mais comum é a miotomia laparoscópica à Heller, que envolve pequenas incisões no esôfago e no estômago.

Já a miotomia endoscópica peroral (Poem) é feita por meio de uma endoscopia digestiva alta, que cria um túnel na parede do esôfago até o músculo, que é cortado com um bisturi especial.

A médica Lívia Pamplona explicou que essa técnica é menos invasiva e pode proporcionar uma melhora na ingestão dos alimentos e na qualidade de vida, além da recuperação do peso, quando necessária, e de um menor tempo de internação hospitalar.

Esperançosa com a realização e a recuperação da cirurgia, Yasmin comentou “Vou voltar a me alimentar e recuperar meu peso para ter minha vida normal."

Informação G1 Zona da Mata

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