Iniciativa da Prefeitura e Casa do Empresário busca engajar estudantes da rede municipal na obra do ex-presidente viçosense.
Viçosa celebra os 150 anos do nascimento de Arthur Bernardes, um dos seus cidadãos mais reconhecidos, com uma programação especial na primeira semana de agosto. O aniversário de Bernardes é em 8 de agosto. Dentro da tradicional Comenda Arthur Bernardes, haverá a retomada do Concurso de Desenhos e Poesias "Vida e Obra de Arthur Bernardes", direcionado a alunos da Educação Básica da rede municipal de Viçosa. O edital para o concurso foi lançado na última segunda-feira, 30 de junho, e o regulamento com anexos está disponível para consulta. As inscrições para o concurso podem ser realizadas até 17 de julho.
Uma Comissão Avaliadora, composta por profissionais de educação e literatura indicados pela organização, será responsável pelo julgamento dos trabalhos. Os critérios para a avaliação dos textos incluem correção gramatical, criatividade relacionada ao tema, e organização textual (coesão e coerência). Para os desenhos, os critérios são criatividade relacionada ao tema, originalidade, comunicabilidade e qualidade.
O concurso premiará os três primeiros colocados em cada modalidade: Desenho para o Ensino Fundamental I (Anos Iniciais) e Poesia para o Ensino Fundamental II (Anos Finais). Os vencedores receberão vales-compras no Supermercado Escola, com os seguintes valores: R$ 500,00 para o primeiro lugar, R$ 300,00 para o segundo e R$ 200,00 para o terceiro.
A cerimônia de premiação do Concurso Literário para Educação Básica acontecerá em 9 de agosto, sábado, na Casa Arthur Bernardes, durante a solenidade da Comenda Arthur Bernardes.
O Concurso é uma iniciativa da Secretaria de Cultura, Turismo, Eventos e Secretaria de Educação e Esportes, em parceria com a Casa do Empresário de Viçosa. A Universidade Federal de Viçosa (UFV), a Fundação Arthur Bernardes (Funarbe) e a Câmara Municipal de Viçosa apoiam a ação.
150 Anos de Memória de Arthur Bernardes
Arthur da Silva Bernardes nasceu em Viçosa, Minas Gerais, em 8 de agosto de 1875, e faleceu no Rio de Janeiro em 23 de março de 1955.
Ele iniciou seus estudos secundários em 1887 no Colégio do Caraça, mas os interrompeu devido à crise econômico-financeira após a abolição da escravatura em 1888. Em 1894, Bernardes ingressou no externato do Ginásio Mineiro, em Ouro Preto. Posteriormente, matriculou-se como aluno ouvinte no primeiro ano da Faculdade Livre de Direito de Minas Gerais e participou de movimentos estudantis como acadêmico de Direito. Concluiu o curso na Faculdade de Direito de São Paulo em 1900.
Em 1903, Bernardes casou-se com Clélia Vaz de Melo, filha do Senador Carlos Vaz de Melo, figura política de Viçosa. Após o falecimento do sogro em 1904, Bernardes assumiu a liderança política municipal e a direção do jornal Cidade de Viçosa. Sua ascensão política foi rápida. Pelo Partido Republicano Mineiro (PRM), foi eleito Deputado Estadual, Deputado Federal e nomeado Secretário das Finanças do Estado de Minas Gerais. De 1918 a 1922, foi Presidente de Minas, período em que fortaleceu a economia e a política mineira e reformulou o PRM.
Em 1922, tornou-se Presidente da República. Durante sua campanha presidencial, houve o episódio das “cartas falsas” a ele atribuídas, com o objetivo de gerar incompatibilidade com as Forças Armadas. Seu mandato presidencial foi marcado por um ambiente político tenso, governando sob estado de sítio e a ameaça do movimento tenentista. Ele enfrentou uma crise econômico-financeira, mas reorganizou o crédito bancário, realizou a reforma do ensino, criou o Conselho Nacional do Trabalho, instituiu a lei de imprensa e propôs uma divisão nos códigos penal e comercial. Bernardes cumpriu seu mandato com o objetivo de assegurar a ordem.
Após a presidência, foi eleito Senador de 1927 a 1932, não completando o segundo mandato devido às mudanças da Revolução de 1930. Ele foi um dos líderes da Revolução Constitucionalista de 1932. Após a derrota do movimento, foi preso e exilado em Portugal por dois anos. Anistiado, retornou ao Brasil e foi eleito Deputado Federal até 1937, ano do golpe do Estado Novo. Em 1943, foi um dos signatários do Manifesto dos Mineiros, uma manifestação contra a ditadura de Vargas. Após o período ditatorial, elegeu-se Deputado Federal novamente.
Em 1948, como Presidente da Comissão de Segurança Nacional, Bernardes analisou o tratado firmado no Peru que criou o Instituto Internacional da Hiléia Amazônica. Em seu parecer, ele denunciou o que considerava intenções ocultas do tratado. Em seus discursos, Bernardes alertava a Nação contra o perigo do desmembramento da Amazônia e da perda da soberania nacional.
Ele pertenceu ao PRM, à UDN e ao PR, e presidiu as Comissões Executivas desses partidos.
Informações: Assessoria de Comunicação