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UFV descobre nova espécie de lambari endêmica na microrregião de Viçosa
9 de dezembro de 2025

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Pesquisa identifica Psalidodon canaaensis, restrita à Cachoeira Grande, em Canaã

O Grupo de Pesquisa em Ictiologia da Universidade Federal de Viçosa (UFV) anunciou a descoberta e descrição de uma nova espécie de lambari. O achado foi publicado na revista científica Zootaxa no dia 2 de dezembro. A nova espécie, denominada Psalidodon canaaensis, está restrita à Cachoeira Grande, localizada no município de Canaã, na microrregião de Viçosa.

Esta é a primeira espécie de lambari pertencente ao gênero Psalidodon a ser descrita como endêmica da bacia do rio Doce, vivendo exclusivamente nesta região. A descrição da nova espécie enriquece o campo da Ictiologia ao fornecer informações adicionais sobre a morfologia, genética e ecologia dos lambaris, além de indicar um evento evolutivo local.

Origem da Descoberta

A descoberta teve origem em um material coletado entre 1990 e 2017 pelo então professor da UFV Jorge Dergam e depositado na Coleção Ictiológica do Museu de Zoologia João Moojen (MZUFV).

Anos depois, o ex-aluno e atual integrante do grupo Ictiologia, Victor de Queiroz, examinou o material e percebeu a possibilidade de ser uma nova espécie. Em 2024, a professora Elisabeth Henschel, atual líder do grupo e curadora da Coleção, confirmou a identificação.

A nova espécie se diferencia dos demais lambaris por várias características morfológicas, como a quantidade de escamas, a anatomia da linha lateral (estrutura sensorial) e o padrão de colorido. Segundo a professora Elisabeth Henschel, essas variações resultam da história evolutiva independente da espécie, contada através das características morfológicas e de análises de DNA.

Ameaça à Existência

A área onde o Psalidodon canaaensis foi encontrado, a Cachoeira Grande em Canaã, está sob ameaça de construção de uma usina hidrelétrica. A professora Elisabeth Henschel afirma que a espécie se restringe àquela área e que buscas nas proximidades não identificaram novas populações.

A possível instalação da usina implicaria o alagamento da cachoeira. A professora Henschel acredita que tal evento pode levar à extinção do lambari, devido à restrição de sua ocorrência geográfica. Há mobilização local contra a instalação da usina para evitar graves consequências para esta e outras espécies de peixes.

O artigo descrevendo o achado, intitulado A new endemic species of Psalidodon Eigenmann (Characiformes: Acestrorhamphidae) from the upper rio Doce basin, Brazil, é resultado de uma parceria entre o grupo de Ictiologia da UFV e pesquisadores das universidades federais de Minas Gerais (UFMG) e do Amazonas (UFAM).

O Grupo de Pesquisa em Ictiologia da UFV está sediado no Laboratório de Sistemática Molecular e Biologia da Reprodução (Beagle), ligado ao Departamento de Biologia Animal (DBA). O grupo busca entender a diversidade de peixes de água doce em diversas bacias hidrográficas brasileiras e africanas.

Informações: UFV