Superlotação: presídio de Viçosa poderá ter 166 detentos a mais do que sua capacidade até o fim do mês
20 de outubro de 2021

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Apesar de apresentar um estado estrutural de boas condições, o presídio de Viçosa, assim como 70% dos presídios mineiros segundo dados do Conselho Nacional Justiça (CNJ), convive com o grave problema da superlotação. A unidade prisional da cidade tem capacidade, atualmente, para comportar 134 detentos, no entanto, já abriga 271 e esse número pode aumentar ainda mais.

De acordo com informações recebidas pela reportagem do Primeiro a Saber, até o final do mês de outubro está previsto a chegada de mais detentos, o que poderia aumentar o número total para 300, ou seja, 166 detentos a mais do que cabem no local.

Além disso, nossa equipe também recebeu a informação de que o proporção de policial para detentos está fora do padrão estipulado. De acordo com o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, o ideal é ter um policial para cinco detentos.

Número no estado

Mais de 40% dos presídios mineiros estão em condições ruins ou péssimas. É o que revelaram os dados do Conselho Nacional Justiça (CNJ) obtidos a partir das inspeções realizadas no sistema penitenciário entre junho e setembro deste ano. Além disso, das 224 unidades do Estado, pelo menos 70% estão superlotadas – ao todo, são cerca de 42 mil vagas para quase 63 mil detentos. Somente nove apresentaram situação excelente, sete delas Associações de Proteção e Assistência aos Condenados (Apacs), geridas pelo Judiciário e com regras específicas.

De acordo com a pesquisadora do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp) da UFMG, Ludmilla Mendonça, apesar do governo garantir que há um policial penal para cada quatro presos, quando é considerada a escala de plantões o número real passa a ser 12 detentos para um profissional. Aliado a isso, a Ludmilla Mendonça enfatizou que as péssimas condições de trabalho refletem no dia a dia da profissão, assim como mostrou a pesquisa da UFMG.

“Há taxas bastante elevadas de suicídio em razão das más condições de trabalho, do estresse da profissão. Ainda existe um sentimento de que você também está encarcerado e trabalha muito isolado do restante dos outros policiais penais em razão da baixa quantidade de trabalhadores”, pontuou.

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