Protestos contra os cortes de verbas dividiram opiniões de parlamentares e da população no geral
As manifestações dos estudantes ocorridas ontem, 18/10, em mais de 70 cidades do Brasil, contra os cortes orçamentários na Educação, também foi ativa em Viçosa durante o dia. O movimento estudantil foi pautado na Reunião Ordinária e dividiu opiniões.
A começar, um cidadão aproveitou a Tribuna Livre para se queixar dos prejuízos às pessoas e ao trânsito gerados pelas manifestações que, segundo ele, ocorrem comumente em horários de pico. Ele comentou a proposta feita a Casa Legislativa sobre a regulamentação dos protestos, para que eles não fossem realizados durante esses horários.
“O país está dividido, e os ânimos estão exaltados. Qualquer protesto que prejudique o tráfego e o trânsito vai causar muita irritação, além de transtorno”, afirma José, enquanto comenta o atropelamento de uma estudante que ocorreu durante a manifestação.
Quem também se posicionou foi o Vereador Bartomélio Martins (PT), argumentando que acordar e ter o trânsito bloqueado gera sim um transtorno, mas que o transtorno maior vai ser quando a Universidade for fechada. Ele ainda menciona que é filho de servente de obras, morador da periferia e que só conseguiu entrar na Universidade através de planos de governo e políticas públicas, que estão sendo cortadas e prejudicando outros moradores da cidade.
“Devemos ter consciência da situação atual da UFV, até o reitor falou que está insustentável. Temos que nos conscientizar dos impactos que isso gera na cidade, ao invés de demonizar o ato. Precisamos ouvir os estudantes antes de sair julgando nas redes sociais”, afirma o parlamentar.
O Vereador Edenilson Oliveira (PSD), Presidente da Casa, valida a fala de Bartô e se diz assustado com as imagens do atropelamento de uma estudante que protestava. Ele ressalta a importância do diálogo e diz que nada justifica a agressão verbal e física, já que haviam outros acessos para a Universidade.
Enquanto isso, a Vereadora Jamille Gomes (PT) afirma que as manifestações são atos políticos, garantidos por lei e que foram através das lutas que os direitos foram conquistados no nosso país
“A pauta deveria ser a violência sofrida pelos manifestantes, tanto no ato quanto nas redes sociais, não o trânsito que estava paralizado” afirma a Vereadora.
Jamille reforça que a população deve permanecer lutando pelo direito de uma educação de qualidade gratuita, segurança alimentar e moradias estudantis. Ela lembra que o DCE organizou uma aula pública, para dialogar com a população e explicar o motivo da manifestação.
Finalizando a discussão o Vereador Sérgio Marota (PL), relembrou que a manifestação é sim constitucional mas que é válido apoiar a atitude de José, de incentivar organização entre os dois lados garantindo o direito à manifestação ordeira.
Informações Câmara Municipal de Viçosa