Bares e restaurantes já se preparam para reforçar as equipes. Atentos à temporada de verão, além também ao movimento de fim de ano - quando confraternizações e festas de Natal e Ano-Novo costumam ser boa fonte de faturamento -, otimismo no quadro do final do ano motiva o investimento em contratações.
Isso é o que revela a mais recente pesquisa da Abrasel. Com dados coletados entre o final de outubro e o começo de novembro, associação constatou que 35% dos empreendedores pretendem contratar funcionários até o fim de 2023. Outros 58% pretendem manter o quadro atual de funcionários e somente 7% indicaram que podem demitir.
Dentre os motivos por trás das contratações planejadas, 62% do empreendedores afirmam ser para dar suporte ao aumento esperado de demanda, enquanto 22% visam atender às necessidades de gestão e reorganização da empresa. Além disso, 20% planejam contratar para renovar a equipe e 8% têm planos de abrir filiais ou novas unidades.
De acordo com Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, há " um certo otimismo do setor em relação ao aumento de demanda. Ao longo deste ano, muitos já se prepararam recompondo as equipes. Ainda assim é muito significativa a parcela que diz que fará contratações. Também chama a atenção o fato de voltarmos a ter quase 10% das empresas contratando para abrir filiais ou novos negócios..."
Os resultados da pesquisa também indicam que, em setembro, 24% dos estabelecimentos registraram prejuízo, enquanto 35% alcançaram lucro e 40% mantiveram uma estabilidade financeira. Esse cenário é praticamente o mesmo observado na última pesquisa, relativa ao resultado de agosto. Sobre os resultados, Solmucci comenta:
“É um quadro mais estável, mas ainda preocupa o grande número, quase dois terços, das empresas que não tiveram lucro em setembro. A maioria destes que ficaram no prejuízo apontam queda nas vendas como um fator, mas chama a atenção que quase metade, 46%, colocam entre os motivos para o resultado ruim as dívidas com empréstimos bancários. É um passivo da pandemia que necessita de atenção, pois para muitos vira uma bola de neve”.
Quando se trata de ajustes nos preços, a pesquisa revela que 33% dos estabelecimentos optaram por não reajustar o cardápio. Entre aqueles que realizaram ajustes, 24% optaram por reajustes abaixo da inflação dos últimos 12 meses. Por outro lado, 34% ajustaram seus preços conforme a inflação, enquanto 8% optaram por ajustes acima da média.
Sem contar os empréstimos, 40% dos estabelecimentos dizem também ter outras dívidas em atraso. Dentre esses, 75% acumulam débitos relacionadas a impostos federais, 44% impostos estaduais, 31% encargos trabalhistas, 24% serviços públicos e 22% devem a fornecedores.
Informações por Abrasel