Doença desconhecida mata homem de Ubá e atinge ao menos outras seis pessoas em Minas Gerais
8 de janeiro de 2020

Paschoal Dermatini Filho, de 55 anos, que estava internado com sintomas investigados pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) morreu na noite de terça-feira (7) no Hospital Santa Casa de Misericórdia em Juiz de Fora.

A vítima era moradora de Ubá e estava em estado grave no hospital. O homem foi internado após apresentar insuficiência renal e alterações neurológicas.

O paciente apresentava os mesmos sintomas de outras seis pessoas que estão internadas em hospitais de Belo Horizonte e ainda não tiveram a doença identificada.

De acordo com a assessoria do Hospital Santa Casa de Misericórdia, o paciente foi a óbito às 19h45 em função de uma parada cardiorrespiratória. Ele deu entrada no local no dia 31 de dezembro.

Em nota, a SES-MG informou que comunica, com pesar, a morte de um dos pacientes que estão sendo investigados pelos centros de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS). A pasta também afirmou que as investigações seguem em curso e estão sendo realizadas por uma força-tarefa composta por técnicos da SES, da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte e do Ministério da Saúde.

Outros casos

No dia 30, o CIEVS Minas foi notificado da ocorrência do caso de um paciente internado em hospital privado da capital e que apresentava os mesmos sintomas. Foi o primeiro caso registrado.

A SES-MG informou que sete casos suspeitos foram notificados até esta segunda-feira (6), com início mais precoce de sintomas datado de 19 de dezembro de 2019. São pacientes do sexo masculino, com idade entre 23 e 76 anos. Além do paciente de Ubá, cinco moram em Belo Horizonte e um em Nova Lima. Os outros pacientes estão internados em hospitais da capital.

Na terça-feira (7), técnicos do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) do Ministério da Saúde chegaram a Belo Horizonte para ajudar nas investigações. Nenhuma hipótese foi descartada.

Sintomas

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), a notificação do caso ocorreu no último dia 31 de dezembro e foi o segundo registrado. A pasta explicou que exames estão sendo realizados na Funed, mas ainda não há resultados conclusivos.

Em nota, a Prefeitura de Juiz de Fora destacou ainda que, conforme nota técnica enviada pela SES-MG, o laboratório realizará pesquisa de arboviroses, febres hemorrágicas, infecções bacterianas e fúngicas sistêmicas, doenças neuroinvasivas, intoxicações exógenas, dentre outras.

Todos os pacientes apresentaram insuficiência renal aguda de rápida evolução (até 72 horas) e alterações neurológicas centrais e periféricas. A Secretaria destaca que a média entre o início dos primeiros sintomas e a internação dos pacientes foi de 2,5 dias.

Notificação imediata

Em nota enviada à reportagem, a SES-MG afirmou que os casos devem ser imediatamente notificados (em até 24 horas) ao CIEVS BH (casos de Belo Horizonte) e CIEVS Minas (casos do restante do estado). Veja abaixo a nota na íntegra.

“Em 30 de dezembro de 2019, o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS Minas) foi notificado da ocorrência de um caso de insuficiência renal aguda com alterações neurológicas de um paciente internado em hospital privado de Belo Horizonte. Em 31 de dezembro, foi notificado um segundo caso, com os mesmos sintomas, de um paciente internado em hospital de Juiz de Fora. A partir dessas notificações foi desencadeada uma investigação conjunta do CIEVS Minas e CIEVS BH com o objetivo de esclarecimento diagnóstico e busca de novos casos. Até 6 de janeiro de 2020, foram notificados 7 casos suspeitos, com início de sintomas mais precoce datado de 19 de dezembro de 2019. São pacientes do sexo masculino, com idade entre 23 e 76 anos, 5 residem em Belo Horizonte, 1 em Ubá e 1 em Nova Lima; 6 deles internados em hospitais da região metropolitana de Belo Horizonte e 1 em Juiz de Fora. A média de dias entre o início dos primeiros sintomas e a internação foi de 2,5 dias. Todos com insuficiência renal aguda de rápida evolução (até 72 horas) e alterações neurológicas centrais e periféricas. Exames laboratoriais estão sendo realizados na Fundação Ezequiel Dias (FUNED) e ainda não há resultados conclusivos.

Fonte: G1.

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