Durante uma expedição para monitorar muriquis-do-norte na Reserva Biológica da Mata Escura, no Vale do Jequitinhonha (MG), o professor Fabiano Rodrigues de Melo, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), protagonizou uma descoberta extraordinária: o maior jequitibá-rosa já registrado no Brasil e, possivelmente, a maior árvore da Mata Atlântica.

A árvore tem impressionantes 65 metros de altura — equivalente a um prédio de 22 andares — e mais de 5 metros de diâmetro. A estimativa é que ela tenha cerca de 300 anos. O achado ocorreu por meio do uso de drones com câmeras térmicas, tecnologia essencial para sobrevoar as regiões de difícil acesso na mata densa e montanhosa da reserva.

Segundo o pesquisador, a descoberta foi por acaso. Em uma missão anterior, em 2022, ele já havia passado pela área, mas a vegetação densa e a sombra impediram uma visão clara da árvore. Em um novo voo em fevereiro de 2025, sob sol forte, a copa do jequitibá destacou-se pelas imagens térmicas. Ao verificar mais de perto, a equipe ficou surpresa com o porte do exemplar.

Além do “gigante”, outro jequitibá-rosa de dimensões similares foi encontrado logo ao lado, evidenciando a importância biológica da região. A Reserva da Mata Escura, situada entre os municípios de Jequitinhonha e Almenara, abriga alguns dos últimos remanescentes preservados da Mata Atlântica em Minas Gerais.

Para Fabiano, a descoberta também revela o quanto ainda há por conhecer nas florestas brasileiras e reforça a importância da preservação dos ecossistemas. “A floresta guardava esse segredo havia séculos. Só foi possível revelá-lo com o auxílio da tecnologia. É um testemunho vivo do que a Mata Atlântica já foi e do que ainda pode ser”, celebrou o professor.

A descoberta foi amplamente repercutida nas redes sociais e fortalece os esforços de conservação liderados por pesquisadores e instituições como a UFV.

Informações: g1 Zona da Mata